A cirurgia de pedra na vesícula está entre as três mais realizadas em todo o mundo. No Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem com cálculos ou pedras na vesícula, de acordo com o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. O problema atinge mais mulheres, principalmente as que estão na faixa entre 45 e 55 anos.
“O crescimento do número de cirurgias de vesícula que vem sendo registrado nos últimos anos, possivelmente, é resultado da piora dos hábitos alimentares sobretudo o aumento do consumo de alimentos industrializados e fast-foods, ricos em gorduras”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo Douglas Bastos, coordenador do Centro Avançado Hepatobiliar do HSVP.
Complicações
A vesícula tem como função armazenar e transportar a bile produzida no fígado, para facilitar o processo de digestão de alimentos gordurosos no intestino. As pedras ou cálculos são compostos de cálcio e colesterol que surgem quando há no interior da vesícula alguma falha no processo de concentração da bile.
“O acúmulo de pedras na vesícula pode provocar dores após a alimentação e até mesmo um processo inflamatório chamado de colecistite, que pode ser extremamente doloroso. Caso não haja atendimento imediato, o quadro pode se agravar e ter sérias consequências para a saúde do paciente”, alerta Bastos. O especialista completa: “quando a dor não melhora com medicação oral, isso é sinal de que a condição é séria e provavelmente há necessidade de cirurgia de urgência para a retirada da vesícula”.
Outras complicações que podem surgir em decorrência de pedras na vesícula são a coledocolitíase, quando a pedra se aloja no canal biliar principal, entre o fígado e o intestino, a colangite, que é a infecção das vias biliares e a pancreatite.
Sintomas
Há sinais de alerta que indicam que é preciso buscar ajuda médica com urgência:
- Dor intensa do lado direito do abdômen
- Vômitos, principalmente após a alimentação
- Perda de apetite
- Pele e olhos amarelados
- Sensação de má digestão após as refeições
O exame mais utilizado para fazer o diagnóstico é a ultrassonografia, sendo que, em alguns casos, pode ser necessário realizar outros exames como a ressonância magnética ou a ecoendoscopia. A tomografia computadorizada, apesar de ser menos frequente, também pode ser utilizada na avaliação diagnóstica da colelitíase. Caso a inflamação da vesícula seja grave, o paciente é imediatamente encaminhado para a cirurgia.
A cirurgia
“Há dois métodos cirúrgicos utilizados: a colecistectomia tradicional, feita por meio de um corte no abdômen até chegar à vesícula. Este procedimento deixa uma cicatriz aparente e necessita de internação média de dois a três dias. O método mais utilizado atualmente é a laparoscopia, que é minimamente invasiva. São feitos pequenos cortes de tamanho suficiente para inserir quatro canos, chamados de trocateres, e a ação do cirurgião é guiada por uma microcâmera instalada na ponta de um dos instrumentos utilizados. Neste caso, é necessária internação por apenas um dia e as cicatrizes são mínimas”, explica o cirurgião.
A recuperação em ambas as modalidades da cirurgia leva em torno de duas semanas, durante as quais o paciente deve manter uma dieta pobre em gordura, não pegar peso e nem realizar atividade física. Caminhadas e movimentos leves, orientados pelo médico, podem ajudar a acelerar o processo.
Prevenção
Para evitar as pedras na vesícula, o nosso cirurgião Douglas Bastos recomenda manter uma alimentação saudável e balanceada, rica em fibras, frutas e verduras. “O ideal é evitar refrigerantes, gorduras, embutidos, reduzir o consumo de carnes vermelhas e de alimentos ultraprocessados, que estimulam o aumento do colesterol ruim no organismo. Além de cuidar da alimentação, outra dica é a prática regular de exercícios, que ajuda no metabolismo do colesterol”, orienta ele.
O Centro Avançado Hepatobiliar do HSVP oferece atendimento especializado a pacientes com doenças do fígado, das vias biliares e do pâncreas, com atendimento ambulatorial, realização de exames e cirurgia.
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