A incontinência urinária é a perda involuntária da urina pela uretra, mais frequente no sexo feminino, pelo fato da mulher apresentar no assoalho pélvico o hiato vaginal – medida do meato uretral externo até a linha posterior do hímen ou fúrcula – e o hiato retal. Isso faz com que as estruturas musculares que dão sustentação aos órgãos pélvicos e produzem a contração da uretra para evitar a perda urinária e o músculo que forma um pequeno anel em volta uretra sejam mais frágeis.
É o nosso sistema nervoso autônomo que exerce o controle, praticamente involuntário, da urina. Mas, esse controle pode ser comprometido em algumas situações como:
- gravidez e parto;
- bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade do portador;
- obesidade;
- tosse crônica dos fumantes;
- tumores.
Os tipos mais comuns de incontinência urinária são: de esforço, de urgência e mista.
- Na incontinência urinária de esforço, o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa faz alguma coisa normal, como tossir, rir, fazer exercício físico, etc.
- Já a incontinência de urgência se caracteriza pela vontade súbita de urinar no meio de alguma atividade, o que faz a pessoa perder o controle e ter perda de urina.
- A incontinência mista junta os sintomas de urgência e de esforço.
O tratamento da incontinência urinária vai variar, dependendo do tipo e do grau de evolução da doença. De acordo com o urologista do HSVP, Renato Faria, o tratamento da incontinência urinária por esforço é normalmente caso de cirurgia, no entanto, exercícios podem ajudar a reforçar a musculatura do assoalho pélvico. “Hoje em dia, a cirurgia de Sling, em que se coloca um suporte para restabelecer os ligamentos que sustentam a uretra e promover seu fechamento durante o esforço, é a técnica mais utilizada, produzindo também melhores resultados”, diz Faria.
Para a incontinência urinária de urgência, o tratamento é comportamental, farmacológico e fisioterápico. “O farmacológico pressupõe o uso de várias drogas que contêm substâncias anticolinérgicas para evitar a contração vesical. É importante ressaltar que esses remédios provocam efeitos colaterais, como boca seca, obstipação e rubor facial”, completa o especialista.
Uroginecologia do HSVP: tratamento exclusivo para as doenças do assoalho pélvico feminino
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, nas mulheres, a perda involuntária de urina é sinal de incontinência urinária, afetando 35% delas após os 40 anos, e 40% das gestantes. Segundo a Dra. Rubina Lúcia Fássio, que coordena o serviço de Uroginecologia do HSVP, a demora em buscar ajuda médica contribui para a perda da qualidade de vida da mulher que, muitas vezes, tem sua saúde mental afetada. “Não raro as pacientes entram em depressão e sofrem com baixa autoestima. A incontinência urinária mexe muito com o emocional das pacientes, mas é importante que elas saibam que essa condição pode ser curada”, afirma a especialista.
“O tratamento pode ser conservador, à base de medicamentos, ou cirúrgico. Em alguns casos, utiliza-se aplicação de botox ou o implante de dispositivos para controlar a bexiga. E, claro, uma importante aliada é a fisioterapia pélvica, que é aconselhada em todas as fases do tratamento. A paciente faz algumas sessões, mas é importante que siga fazendo os exercícios perineais em casa, por toda a vida”, orienta Rubina.
Em caso de qualquer sintoma, procure um médico para diagnóstico e identificação da causa e do tipo de perda urinária que apresenta. Fique atento! Não pense que incontinência urinária é algo normal na vida das mulheres depois dos 50 anos. Se o distúrbio for tratado, a qualidade de vida pode melhorar muito.