“Um número entre 80 e 90% dessas mulheres têm um quadro clínico exacerbado de dor, como fortes cólicas menstruais e dores nas relações sexuais, dores para evacuar e urinar e, não raro, dor pélvica crônica permanente (sem relação obrigatória com a menstruação), o que leva a uma condição péssima da qualidade de vida”, esclarece.
Crispi explica que a endometriose faz parte de um grupo de doenças hormoniodependentes, que se desenvolvem e crescem por meio de estímulos do hormônio feminino estrogênio. Esse grupo de doenças inclui ainda câncer de mama, mioma e o câncer de endométrio.
A principal forma de diagnóstico precoce da endometriose é estar atento aos quadros dolorosos.
“Caso a mulher tenha cólicas menstruais e alguma outra manifestação dolorosa com as citadas anteriormente, podemos ter uma forte suspeita da endometriose e o médico deverá, então, orientar a paciente para controlar o problema, o que muitas vezes é feito com o uso de contraceptivos simples ou progesteronas isoladas. O anticoncepcional bloqueia a função do ovário e vai diminuir a chance desse crescimento do tecido do endométrio, reduzindo a inflamação causada por essa doença. Consequentemente, é possível uma melhora do quadro doloroso”, afirma.
Como o caso de Anitta, alguns quadros da doença têm indicação de tratamento cirúrgico. A cirurgia visa a remoção de todos os focos visíveis da endometriose em tempo único.
“Essa é a melhor opção de tratamento para melhorar o quadro doloroso e também uma boa opção para combater a infertilidade, principalmente em pacientes jovens. A melhora na qualidade de vida e da redução da dor em mulheres que passam por uma cirurgia de endometriose é de 80 a 88% e temos uma melhora da infertilidade da ordem de 50%. A cirurgia normalmente é feita pela técnica videolaparoscópica, na qual não é preciso abrir o abdômen”, informa o especialista.