Você já ouviu falar em adenomiose? Às vezes confundida com a endometriose, essa doença afeta uma em cada dez mulheres no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), podendo chegar a uma prevalência de mais de 30%, dependendo da população e o meio usado para fazer o diagnóstico. “A adenomiose se manifesta de formas diferentes: algumas pacientes têm cólicas intensas e sangramento menstrual aumentado, mas outras podem ter a doença de forma assintomática. Caso haja sintomas, é importante procurar o ginecologista para iniciar o tratamento antes que o quadro se agrave”, adverte Claudio Crispi Jr, chefe do nosso serviço de Ginecologia.
A adenomiose geralmente atinge mulheres com idades entre 35 e 50 anos e com gestações anteriores, sendo caracterizada pela presença de tecido endometrial na musculatura da parede uterina, ao contrário do que ocorre na endometriose, quando o endométrio se espalha fora do útero. Crispi destaca que exames como o ultrassom transvaginal e a ressonância magnética são os mais indicados para o diagnóstico da doença.
O tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos à base de hormônios, cirurgias ou a combinação de terapias. “Cada caso deve ser avaliado individualmente e a escolha do tratamento ideal deve levar em conta diversos fatores, inclusive se a mulher deseja engravidar”, afirma. Crispi ressalta que “para pacientes que têm contraindicação para o uso de hormônios, principalmente naquelas com prole constituída, pode ser indicada a cirurgia de retirada do útero (histerectomia), que assegura a cura da adenomiose, visto que se trata de uma doença exclusivamente uterina”.