A expectativa de vida aumentou em todo o mundo e trouxe com ela o crescimento do número de pessoas vivendo com demência. A boa notícia é que há formas de diminuir os riscos de desenvolver o problema. A Comissão de Demência da renomada revista científica The Lancet acaba de lançar a atualização 2024 sobre o assunto e aponta que há 14 fatores de risco modificáveis para a demência. “Este estudo é uma versão atualizada de outro, em que foram destacados 12 fatores de risco modificáveis. O desenvolvimento do estudo acrescentou mais dois à lista. Um levantamento semelhante, adaptado para a população brasileira, foi realizado em São Paulo e o resultado é que é possível chegar a uma redução de 48% dos casos de demência com a prevenção destes fatores de risco”, afirma Alessandra Ferrarese, geriatra do Hospital São Vicente de Paulo.
Os fatores de risco para demência que podem – e devem – ser evitados, de acordo com os pesquisadores, podem afetar os indivíduos no início da vida, como a baixa escolaridade, na meia-idade, perda auditiva, hipertensão, tabagismo, obesidade, depressão, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, traumatismo cranioencefálico e colesterol LDL elevado e outros três fatores mais comuns na terceira idade: os efeitos causados pela poluição do ar, contato social não frequente e a perda de visão não tratada.
Para reduzir o risco de demência ao longo da vida, os pesquisadores recomendam:
- garantir acesso à educação de boa qualidade e incentivar atividades cognitivamente estimulantes na meia-idade;
- tratar a perda auditiva e diminuir a exposição a ruídos que possam causar esta perda;
- tratar a depressão;
- incentivar o uso de capacetes e protetores para a cabeça em esportes de contato e para ciclistas;
- incentivar a prática de atividade física;
- evitar o fumo;
- prevenir e controlar a hipertensão;
- detectar e tratar o colesterol LDL alto a partir da meia-idade;
- controlar o peso corporal e tratar a obesidade o mais cedo possível, o que também ajuda a prevenir o diabetes;
- evitar o consumo excessivo de álcool;
- priorizar ambientes comunitários e habitacionais que sejam amigáveis à terceira idade e reduzir o isolamento social, facilitando a participação em atividades e promovendo a
- convivência com outras pessoas;
- cuidar da saúde ocular e
- reduzir a exposição à poluição do ar.