Pacientes com arritmias cardíacas ou portadores de marcapasso que sejam hipertensos ou sofram de outras condições cardíacas podem ter risco maior de desenvolver formas graves de Covid-19. O alerta é da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
Ainda de acordo com a instituição, as arritmias atingem mais de 20 milhões de brasileiros. “Quem tem doenças cardíacas sofre risco maior de desenvolver a forma grave da Covid. Além disso, sabemos que o coração também é afetado pela doença. Ainda não temos estudos conclusivos, mas há relatos de casos de síndromes coronárias agudas, arritmia, isquemia miocárdia, falência cardíaca e miocardites em pessoas que antes do coronavírus não tinham qualquer problema no coração”, afirma o cardiologista Claudio Munhoz, chefe do serviço de Arritmia Cardíaca do HSVP.
O que são arritmias cardíacas?
As alterações elétricas que influenciam o ritmo das batidas do coração podem ser aceleradas (taquicardia) ou mais lentas (bradicardia). Em alguns casos ocorrem descompasso nas batidas do coração, as extrassístoles. “As arritmias devem ser avaliadas por um especialista pois algumas podem ser graves, com risco de desmaio, acidente vascular cerebral e até colocar em risco a vida do paciente”, explica.
Estas batidas do coração em ritmos diferentes podem ser percebidas em momentos como a prática de atividade física, o sono e em situações de estresse “Entre as formas patológicas de arritmias, a mais comum é a fibrilação atrial, que atinge cerca de 30% das pessoas idosas”, afirma o especialista.
Tratamento é fundamental
Se não forem diagnosticadas e tratadas, as arritmias podem chegar a afetar o tamanho e a força do coração, além de provocar paradas cardíacas e até morte súbita. De acordo com a Sociedade Americana de Cardiologia, a falta de tratamento adequado da fibrilação atrial eleva o risco de AVC, de insuficiência cardíaca, de fadiga crônica e de outros tipos de arritmia e também de suprimento sanguíneo insuficiente.
As arritmias acometem, principalmente, pessoas que têm problemas estruturais no coração e histórico familiar de cardiopatias. A melhor forma de tratamento é definida pelo cardiologista para cada caso: terapia medicamentosa, ablação e implantes de marca-passo ou de desfibrilador interno.
Fique ligado!
Os sintomas mais comuns são palpitações, desmaios e tonturas. “Em alguns casos, o paciente pode ter fraqueza, falta de ar, dor no peito, pressão baixa e apresentar confusão mental. Mas é importante ressaltar que muitas vezes as arritmias não provocam qualquer sintoma”, adverte Munhoz.
Nem sempre é possível prevenir as arritmias, mas a adoção de hábitos saudáveis contribui para reduzir os riscos. “Minha recomendação é que o paciente mantenha uma alimentação balanceada com baixa gordura e rica em verduras, legumes e frutas; evite o consumo de bebidas alcóolicas e de energéticos; não fume; pratique exercícios regularmente e consulte um especialista regularmente, para a realização de exames preventivos”, orienta o médico.
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